sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Moça Pimenta, Mulher Bonita

1.
Que moça bonita naquela pracinha
Sentada na grama
Com brilho de chão e cabelos no vento
Sorriu margarida
Cantou passarinha
E flauteou com carinho
A mesma canção que dos olhos saía
De tão bonita me fez um ninho
Primavera...


2.
Dedo de moça
Marcante, se esboça
Comari
Picante, caliente, gostosa
Pimenta biquinho
Suave, macia
E a pimenta rosa
Cheirosa, cheirosa
Pimenta vermelha
Pimenta do reino,
Aji, chili, peper, da branca ou de cheiro
Me gusta! Me Gusta!
Yo quiero! Yo quiero!


3.
Ocê é uma menina moça
Uma muié madura
Tudo junto, amontoado
em uma me'ma figura

Ché...*
nem um cafezá frorido
nem um roseirá bonito
nem me'mo um pavão se amostran'o
é mai' formoso que ocê
cantan'o, sorrin'o e dançan'o

Óia que se ocê quisé
eu largo a canoa, a roça
o caniço e a paioça
Subo co'cê num cavalo
pego m'nhas coisa na tuia
e fujo de mala e cuia

Nóis junto vai trabaiá
cantá, dançá e se amá
seja nos buritizá, na praia o no pantaná

Se ocê quisé nóis foge
Se ocê quisé nóis fica
Se ocê quisé nóis foge e fica
De tanto que ocê é bonita



Nota: Ché é uma palavra do dialeto itapetiningano que possui muitos significados. Nesse caso aqui se assemelha ao "capaz" do goiano. Quer dizer: de jeito nenhum, impossível...

6 comentários:

Bruno de Souza Sanches disse...

Esses são meus três eus poéticos! rsrs assim se diz? Ou meus três euses líricos?! Meus trêses eus? rsrs Depois de muito tempo sem escrever... Primavera!

Amanda Azis Alexandre disse...

Que bom que fucei e achei! Que graça esse seu tripoema dos seus três eus sobre as suas três moças bonitas! Gostei demais!

Bruno de Souza Sanches disse...

Agradecido... os eus são três, mas a moça é uma só...rsrs
Beijos

Amanda Azis Alexandre disse...

rs então deixa eu reformular: Que graça esse seu tripoema dos seus três eus sobre essa moça de tanta bonitrêsa!
Miorou?

Bruno de Souza Sanches disse...

hahahahha! Bão demais! Adorei. Bonitresa... agora tem que sair um poema com essa...

Geraldo Chacon disse...

E aí, agora que me atrevi e te conheci, com tristeza vi que parou de escrever! Uma novena de anos travado? Não consigo acreditar, óia que vou aí te acordar.