terça-feira, 31 de março de 2009

O violeiro

E vai viola
E vão...

Viu nela fertilidade
Nas cordas
Na forma
No canto

E vão Vihuelas
Sonoras
De veras

Esse poema
Homenageia o violeiro
E diz seu nome
Sem o dizer

E vão violas...
E vão vihuelas...

Amigos

Não me confunda.
Ou logo me funda
num único eu-você.

Não mais me engane.
Ou me afane
de vez a voz.

Oh, Sir...
Já sou mulher
que sabe o que quer.

Você é sincero?
Não sei se eu quero
um re-sofrer.

Não leve a mal.
Essa amizade perdeu a cor.
Meu receio deixou branca
nossa última estrofe...

Velório

Em dia de morte
fica aquele choro de pré-saudade.
Aquele choro medroso de não saber
se é céu ou inferno.

Medo de ser céu pra um
e inferno pro morto
(vice-versa, Deus me livre!)
e não haver reencontro.

Em dia de morte
palavreado não desfaz tristeza
e um abraço vale mais que um poema.

Se tentasse ser consolo,
esse escrito falharia.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Words through a Hug

My fellow poet,
follow me.
Feel the fly.
Find fertility
on the fingerboard.

My fellow poet,
feel what’s feelable.
Be always the poet
I’ll like to call
my fellow...

terça-feira, 17 de março de 2009

Roberto (retrato letrês)

Roberto é aberto
(aberolado também)
Tem idéias robustas
Roubadas?
O que não é?

Roberto teve berço
(barganha também)
É bem barulhento
Brilhante?
Inquestionavelmente o é!

Roberto afanou pensamentos voantes sem dono.
Trapaceou o espaço.
Torceu-o, virou-o, esticou-o e fez Arte.

Roberto sabe ousar
sabe ver cor no vazio
ver forma no vento
brio no que é vil

Roberto diria:
- E o que é vil? Se abra!

PS – Arteiro o povo que qui-lo francês
Mas bem não colava ele ser Robertô
Pra um nome ficar franco-bem-brasileiro
Sobrou pro maneiro chamar-se: Bertô.

sábado, 14 de março de 2009

Consolo

Em momentos de tristeza
tomar banho de chuva despiora
E se não há gotejo das nuvens
invento a minha precipitação
Ela tende a ser letresca
ou dedilha-sona-da
E, sempremente, me lava...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ao Maestro

Quando a prosa é escrita poesialmente,
me calo e contemplo.
Leio e releio,
afim de encontrar mais e mais
naquelas três ou trinta linhas.

Avoado,
me esqueço de que internet
não é tão inter assim.
É extra, fora,
fria, falsa.

Na webnação
não há choro, nem riso,
nem olhos, nem aura...
Portanto, maestro,
perdoe meu silêncio.

Não foi por desentender o fraseado,
mas por entendê-lo demais.
Tive que calar e contemplar.
Pena que o dessom webtolado não suspira,
nem nada...

Ontem mesmo reli
aquelas poucas linhas.
Mas re-me-escondi.
Por medo de voltar ao mundo,
onde tudo dói mais.

Agradeço seu poesiar prosês.
Exato, inspirador,
comovedor, respeitador.
Humano, equilibradamente humano.
Que também o seja sua batuta.

PS – Fico ‘gradecido por me motivar poesia depois desse mês sem graça.