sexta-feira, 24 de abril de 2009

Professores

Foi uma Professora Terezinha
que eu achava ser Tereza
quem primeiro me ensinou a desarrogância.
Desde lá eu finjo ser humilde,
mas nem sempre convenço.

Antes disso,
ela me ensinou o despoesio.
Disse que falar caipirês não podia,
que córgo não existia...
Eu (arrogante) boquejei
porque sempre teve um corguinho na chácara do meu avô!

Se eu seguisse evoluindo naquela crença dela
e não tivesse descoberto a poesia Manoeliana
provável que só nadaria em piscina.

Foi um amigo de versos
quem me apresentou Manoel de Barros
e ensinou que Corguinho
era sim diminutivo de corgo.
Depois ele quis me roubar dois livros
do pantaneiro.
Não deixei.
Eram as únicas duas gramáticas que eu tinha.

4 comentários:

Sakurakai disse...

Essa foi demais!

Bruno disse...

'gradecido

Gouveia disse...

Sou amigo de verso,
Mas também o sou de prosa.
Foi um amigo meu
Que da música me deu a glosa.
Também tive professores
Que me ensinaram o certo errado
Mas por todo aquele mel
Não me deixei lambuzado.

Não ensino o poesio
Mas também não sou tão frio
E do “culto” desconfio.
Sei brincar com rima pobre
Acho que ela me encobre.

Pode falar caipirês no córgo
Pode falar cidadês “cas mina”
Importa que não forço
As regra que alucina.

Apresentei Manoel por que ele ilumina
Se sua viola e sua prosa ele afina
Me dá logo retribuição:
Não deixa eu robá livro não,
Me dá eles e otros de presentão.

Fui professor e ensinei:
Corguinho é diminutivo de córgo.
Agora ensino mais:
Aumentativo de córgo é riuzim.

Bruno disse...

Pensei, pensei e pensei,
mas não me veio resposta.
Pode ser que em poesia
te escrevo uma e 'cê gosta.

Mesmo que seja assim,
muita palavra escrita
só pra dizer obrigado,
foi pra treinar a retórica
e espero fazer agrado.

Inté, meu amigo de prosa (de boa prosa)